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um blog de desabafos, alegrias e tristezas, revoltas e euforias, o meu espelho, com uma (agora) pitada de diletantismo.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

O maníaco das piruetas 

Dizem que este blog passa muito pelo link do pessimismo. Embora eu admita que a minha escrita tende sempre a aliar-se a esse tipo de devaneios, sinto que essa é a minha impressão digital. Hoje ganhei vontade, todavia, de descrever um aspecto... cómico.

Às quintas-feiras costumo frequentar a aula de BodyJam no Holmes Place com outras amigas. Lá vão as jovens, de toilette previamente preparada e toque casual mas fashion, para o ginásio das dondocas. E naquela sala vêem-se peças curiosas.

Até Dezembro costumavamos ver uma pseudo-BibáPitta. Com idade para ter juízo lá ia ela dançar, de calções curtíssimos e top idem a deixar pernas e barriga ao léu. Mas atenção, é imprescindível mostrar os seus pertences quando se constata a léguas de distância o seu tom de pele castanho-solário. Para finalizar, a cara maquilhada, o cabelo apanhado ao toque de sopeira e as jóias bem à vista. Claro, a senhora tia precisa de muito espaço para dançar, pelo que quando nos aproximamos dela faz cara de poucos amigos, como se o nosso cheiro de classe-média-que-só-vai-ao-ginásio-quando-tem-tempo-e-não-quando-faz-tempo-para-ir-buscar-os-filhos-Bernardo-e-Matilde-ao-colégio a pudesse infectar.

É de louvar, porém, uma outra senhora (se é que a primeira tem este estatuto) que se coloca sempre na primeira fila pronta a aprender novos passos. Já de uma certa idade, aparece ela, sem falta, com o seu equipamento lilás e o cabelo loiro-palha preso com uma mola. Ao contrário de algumas "virgens" que por lá aparecem, esta senhora nunca desiste, nunca se atrapalha. Faz todos os passos, embora, claro, sem a elasticidade dos mais jovens.

De entre esses, os jovens - ou as jovens, temos o canto das tais moças da classe média e o das moças descendentes das tais dondocas. Elas aparecem de calças com o padrão de tropa, com as suas traineiras pretas por baixo dos pés e um top do Rock in Rio, imaginado os betos lá de baixo a trepar escadas acima para observá-las da porta a dançar.

No entanto, a personagem central nestas quatro paredes é o "maníaco das piruetas". O senhor começou a fazer aulas de bodyjam este ano e é muito caricato. De meia idade, com cabelo e barba preta, menos de 1,60m e pernas gordinhas dentro de uns calções pretos e justos, o nosso amigo destaca-se não apenas por fazer parte da reduzida perentagem de elementos masculinos na aula, mas sobretudo porque tem um modo de estar (e dançar) muito peculiar. Os passos são ensinados nas suas diversas formas e velocidades, mas a única coisa que o senhor faz, durante uma hora inteira, é cruzar uma perna sobre a outra e fazer-se rodopiar sobre si mesmo. Ele faz piruetas, ele dá saltinhos, ele olha com um ar compenetrado sobre o espelho que acusa as suas acrobacias, e ele não quer saber de mais nada nem ninguém. Não interessam os passos, os ensinamentos, o ritmo das músicas, nem mesmo as pessoas que o observam tentando controlar-se para não soltarem uma gargalhada.

Creio que é de louvar que existam pessoas com este espírito. Que Deus me perdoe se faço esta sátira sem saber se o senhor tem algum problema, mas ainda assim não considero estar a fazer troça dele. Quem dera a muita gente fazer o que lhe apetece, assim, sem dar importância aos olhares que lhe caem em cima, aos comentários que se fazem. Isto sim é viver, fazer o que nos dá na "real gana", sem dar justificações.

Só me preocupa nunca ter visto o maníaco das piruetas a sorrir. Enquanto isso, a nossa querida Vânia continua concentrada, dando atenção a todos os seus alunos, dançando com ou sem piruetas, deixando toda a gente dentro daquela sala mais leve e mais feliz. Mesmo os mais diferentes, mesmo os mais presunçosos que ridicularizam o outro quando são eles(elas!) os ridículos.
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segunda-feira, janeiro 24, 2005

Perto demais 

"Closer", um dos filmes com Julia Roberts que sempre chamam. Mas bem a minha Mãe disse julgar que fosse "ter mais sumo". Não sou de todo especialista em analisar o que tem qualidade para merecer um Óscar, nem mesmo sei ver bem quem representa bem ou se o argumento é simples ou complexo.

Sei que é uma história interessante, porque me interessa tudo o que me deixa a pensar e me suscita a comparação mental entre a história do grande ecrã e a minha história, sempre com a banda sonora arrepiante a tocar por fora.

Interessaram-me o enredo, os olhares trocados, as palavras ditas (as mais suaves, dada a grande coloquialidade, se assim pudermos chamar, dos diálogos proferidos) e as reflexões neles contidas que consegui apreender. Também eu vivo os enredos da minha vida, também eu vivo intensamente os olhares, também eu procuro pesar as palavras que digo, e também eu erro quando as digo da pior forma. Também reflicto e muitas vezes também deixo as lágrimas escorrerem pelo que concluo ou não consigo concluir; apenas não as fixo como naquele retrato a preto e branco.

Talvez se as fixasse, tomaria mais em conta os erros que cometo e as vezes que sofro em vão. Envolvo-me com facilidade, acredito com ingenuidade que continuará a ser fácil envolver-me sem me magoar. E no entando eu já sofri, eu só levei pontapés, eu nunca tive o "gostinho" de ser a Julia Roberts. Quando estive perto de o ser, só me assemelhei a ela na insensibilidade, na falta de cuidado para com aqueles de quem na realidade não gostei. Mas com aqueles de quem gostei... "Can't take my eyes off you".

As pessoas conhecem-se ocasionalmente. Umas criam a chamada "faísca", outros não, apaixonam-se ou não. Então todos se lembram que a faísca é efémera, tal qual um fósforo que se acende, emite a chama, se queima e finalmente se apaga. É quando surgem os problemas, as discussões, os olhos que dizem uma coisa e as cordas vocais outra... e a nova faísca, desta vez a que provoca o curto circuito e queima tudo em seu redor. Como em muitos acidentes, o culpado sai impune, o inocente sai destruído. O culpado tem pena, chora, procura ajudar, mas pode seguir a sua vida. Já o inocente leva as queimaduras no corpo e na alma que não mais o deixarão recomeçar do zero, dada a marca que o acompanha.

Seria tão mais fácil como no filme. O ciclo, geralmente (felizes os que fogem à regra!...), é igual para todos: final dramático. Mas no fim de contas a mentira desvanece-se e fugimos como um robot sem sentimentos. Recomeçamos a vida, intactos, de cabeça erguida, com ar limpo nos pulmões. Just like... "I don't love you anymore. Goodbye."
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terça-feira, janeiro 11, 2005

A Nuvem 

Era branca e suave e o vento arrastava-a por aí. Reparou como o céu estava bonito em seu redor, o sol estava brilhante e iluminava tudo o que lá em baixo ela conseguia observar. Entravam raios por entre os pinheiros, para os lagos, fazendo os pássaros e os patinhos jogarem com as sombras. O seu Mundo ouvia-se, a Natureza estava harmónica hoje. Orgulhou-se de fazer parte dela.

O vento continuou a arrastar a nuvem e em pouco tempo deparou com algo estranho bem perto de si. Estranho e feio, sujo, cinzento. Conseguia avistar objectos bem pequeninos a moverem-se lá em baixo, mas o que via melhor eram pátios com máquinas, antenas, alguns até com helicópteros e homens de fato e gravata a saírem de dentro deles. Agachou-se um pouco para tentar ver melhor. Tanta coisa havia ali! Paralelepípedos altíssimos, uns com vidro, outros com pedra, e lá em baixo traços pretos perpendiculares uns aos outros faziam correr neles pequenos objectos amarelos.

"Béééééénnnnng!!!", ouviu de repente a nuvem, que a fez voltar à posição inicial num ápice. Com um olhar assustado sobre todo aquele cenário desejou que o vento a levasse depressa dali, ao mesmo tempo que se apercebeu da repetição constante daquele som por todo o lado. Uma outra nuvem ao seu lado, bem maior que ela e que não conhecia disse -lhe com um sorriso acalmante: "Vejo que és jovem... é normal que tudo isto te pareça alarmante. Mas não te preocupes: trazem-me para aqui muitas vezes e já me habituei. Estás a ver tudo aquilo que lá em baixo se move? São seres humanos ou coisas que eles construíram. Dizem que eles são como nós, seres pertencentes à Natureza. Portanto se eles aguentam tudo isto, tão mais de perto do que nós, então nós também aguentaremos. Há momentos mais difíceis, mas depressa passam."

Dito isto as nuvens olharam uma para a outra a perceberam que estavam mais próximas, ao mesmo tempo que uma espécie de pó subia na direcção delas e transformava tudo numa nuvem gigante, homogénea, bem mais cinzenta. A pequena nuvem ficou ainda mais assustada ao ver que se desintegrava no meio de outras nuvens e daquele gás esquisito. "Chamam-lhe o smog", explicou-lhe a nuvem maior. "Mistura nuvens bonitas como nós e este pó horrível que vem lá de baixo dos carros e também daqui mais de perto, de tubos grandes a que chamam chaminés".

A pequena nuvem estava prestes a começar a chorar de pavor quando realizou que o vento começou a arrastá-la com mais força. Ainda com um olhar incrédulo sobre todo aquela paisagem feia, que agora se afastava, nem deu conta que tinha voltado a ser só uma nuvem, separada daquela massa. Mas agora estava mais cinzenta, mais feia, mais triste. Sentiu-se cansada e procurou um lugar para parar por instantes a sua travessia, sentando-se por fim sobre o pico de uma pequena montanha. Mais aliviada, observou desta vez com mais atenção os pinheiros e os animais que lhe eram familiares. Porém o mau-estar continuava, e a pequena nuvem começou a tossir. Tossiu muito, lançando neve sobre os vales em seu redor. Uma neve doente.

E assim, mesmo os "seres humanos também pertencentes à Natureza", que ali provavam querer fugir da cidade suja, começavam a ser atacados pelo ambiente degradado.

Não, já ninguém escapa... em lado nenhum. E a nuvem nunca mais foi feliz.
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sexta-feira, janeiro 07, 2005

Como será?... 

Já passou algum tempo, o suficiente para os nossos guias media nos fazerem esquecer o acontecimento aos poucos. Tal como o assalto à escola na Rússia, tão subestimado depois do "final feliz" que já nem me lembro do nome da localidade, também tendem a fazer esquecer A TRAGÉDIA NA ÁSIA, porque enfim, aos poucos tudo se endireita, pensam eles...

E esquecem-se. Insistem com os relatos dos sobreviventes, com o "testemunho de quem viveu a catástrofe", com a imagem daqueles que certamente não sabem porque descrevem a sua experiência. Talvez porque ela nunca sairá das suas memórias e alivia soltar um pouco cá para fora aquilo que conseguem colocar em palavras, trémulas, na esperança de que um dia essa lembrança desfaleça... Mas esquecem-se daquele aperto no peito, que verdadeiramente importa e que nunca conseguirão transportar para o pequeno ecrã.

Não que queira sentir esse aperto, porque me aflige; se me aperceber da sua monstruosidade, porém, poderei ser uma espectadora digna, e não alguém de mera piedade para com aqueles que sofrem - e sofrerão - a milhas e milhas de distância. Mas custa, como custa imaginar!...

Sempre tive medo do mar, dos remoinhos, de me sentir a rebolar por entre as ondas que julgava gigantes. Sempre sofri quando ficava muito tempo debaixo de água, desesperando por oxigénio. Sempre tive, certamente como todas as pessoas, o instinto de fugir dos choques físicos, de escapar à dor, à masela mais suave, ao encontrão contra algum objecto. Também sempre falei em termos como "quando tiver filhos", "quando for casada", "quando for velha", porque gosto de acreditar que viverei até lá, porque gosto de viver. E sobretudo sempre tive amor aos meus, qual proximidade que tantos tanto estimamos e sofremos por ver longe, seja em que sentido for.
Sempre acordei aliviada, apesar de ofegante, depois de pesadelos que contrariarem este cenário. E no entanto sei, porque me obrigaram a saber, que milhares de pessoas viveram este pesadelo, completíssimo, sem terem hipótese de escolha, sem poderem acordar. Milhares de pessoas sofreram o choque da visão sobre ondas imperiosas que se aproximaram delas sem piedade, alimentando a fúria silenciosa da Natureza, que surge sem aviso prévio, que corre tudo lembrando aos humanos que tem mais poder do que eles. Esses milhares foram engolidos instantaneamente, talvez os mais afortunados pela morte rápida, não vivendo o que outros viveram. Esses outros seguiram o seu instinto de sobrevivência, e mesmo assim não conseguiram. Procuraram sim, desesperadamente, o oxigénio por entre a espuma que os dominava. Não respiraram senão água, que entrou brutalmente pelo seu corpo dentro, multiplicando a mínima aflição que sentimos quando "nos engasgamos"! (O que é isso?!) Perderam o poder de correr, o seu esforço revelou-se inútil perante a força magnificiente da água, que poucos instantes antes era o deleite do seu olhar, o suspiro do descanso, a crença na existência de paraísos. Deixaram de sentir as pernas, os braços, os pulmões, outros, talvez os consideremos com mais sorte, perderam os sentidos e não "precisaram" de ficar aterrorizados com a sua própria impotência. Chocaram contra tudo o que não sabiam o que era, que não viam, que não queriam ver. Agarraram-se a árvores nas quais outrora não repararam. Outrora, sim, porque os instantes precedentes faziam agora parte de outra vida.

Mas principalmente, e sobre toda esta dor física que foi possível sentir, desmoronaram-se perante o olhar inalcançável sobre os seus parentes e amigos. "Parentes", "amigos", palavras simples estas, não? É fácil pronunciá-las, quando não nos lembramos que vivemos toda a vida com os nossos Pais, os nossos Irmãos, os nossos Filhos, e todos aqueles que nos acompanharam e ajudaram toda a vida. Ali, naquele cenário de destruição, de Fim, a aflição de ver todos esses parentes e amigos a escaparem conseguiu ser, certamente, mais impetuosa que todas as ondas ali derramadas. Enquanto lutaram pela sobrevivência, mais ou menos conscientes do seu estado, do seu destino, procuraram fazer o feedback de todas as memórias das suas vidas, desejando poder pedir Perdão ou dizer Obrigado a alguém por algum motivo. E não puderam. Foram-se, morreram, a água calou-os.

Não adianta, contudo, gritar ao Mundo que não devemos adiar aquilo que desejamos dizer aos outros sem o conseguirmos, nem adianta lembrar que há dores suficientemente imensuráveis para nos fazer renunciar assim aos caprichos do dia-a-dia. É inútil, porque o ser humano é assim, confiante demais, talvez.

O que fazer afinal? Que atitude tomar perante esta vida mesquinha? Ou será que ela não é mesquinha? De que me serve falar sobre estes casos, se há tantos outros que se ignoram? E a dor interior, silenciada, calada, que a tantos corrói aos poucos? Será mais profunda, por nos lembrar que podemos solucioná-la sem no entanto o fazermos? Ou não há de todo dor maior do que a de se ser engolido pela Terra, pela Água, pela Natureza, como se alguns tivessem de pagar pelo que todos nós lhes fizemos de mal? Haverá forma pior de perder um filho, do que vê-lo escapar-nos das mãos quando lhe prometemos todas as noites que nunca deixaríamos que algo de mal lhe acontecesse?

Todos sofremos com as imagens, os relatos, a imaginação tão aquém do que realmente aconteceu naquele outro canto do planeta. Mas dentro de pouco tempo far-nos-ão esquecer tudo isto, como se só a miséria merecesse a nossa atenção, como se o nosso olhar misericoridoso fosse um auxílio a esta dor inicial, e logo depois já não tivesse utilidade.

Louvados sejam aqueles que largam tudo para dar apoio permanente àquela gente que TUDO perdeu, restando só a obrigação de ter coragem para seguir a vida, essa vida agora partida ao meio. Aqueles outros, como eu, que se limitam a observar, a descrever, a "acompanhar os acontecimentos" com pena sem nada fazerem de prático, nada fizeram senão sucumbir à hipocrisia e à cobardia.

Se olhar com desdém um mendigo na rua, como se houvesse uma fronteira entre nós e eles, é já um acto miseravelmente constante, o que será ver multiplicada essa miséria para uma dimensão que no fundo nem temos a capacidade de percepcionar?...

Resta-me dizer, face a tudo o que não entendo nesta vida, que por vezes imagino que fosse preferível sermos robots, sem sentimentos. Então não saberíamos qual a dor monstruosa de ver tudo a desmoronar-se... assim.


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segunda-feira, janeiro 03, 2005

Regresso 

Refugiei-me naquele Mundo que me pertence com gosto, e que me pertenceria mesmo que não quisesse. Refugiei-me pela força das circunstâncias, pelo que Deus, a Sociedade, o Homem ou o Mundo incutiram na vivência de muitos de nós. A confraternização da Família pelo Natal e..."afins".

Não pretendo descrever as minhas últimas duas semanas, pois não iria certamente além do aeroporto, da cozinha, da mesa grande improvisada, dos presentes desembrulhados, das camas também improvisadas, dos doces e das fotografias. Descrever não seria com certeza o termo. Posso sim tentar reviver o que me invadiu a alma naqueles momentos. Para isso sucumbo a este pequeno vício que me chama a mexer os dedos sobre as teclas, escrevinhando qualquer coisa...

...Mas não dá.

Cada vez mais me convenço que não sei o que sou perante aqueles instantes. Sei que não sou a mesma do meu quotidiano, tantas vezes misterioso, mas sei que simultaneamente sou genuína, porque de certa forma só assim me sinto eu mesma. Tudo ali pertencia ao mesmo sangue, mas é um sangue separado pelo passado, pelas memórias que a mim não pertencem, pelos acontecimentos que me escondem, pelos acontecimentos que ingenuamente quero manter escondidos, pelo suave rancor (palavra triste...) ou pela saudade, pela partilha de uma casa ou meramente separado por um Oceano...

Forçamo-nos a viver estavelmente nestas condições. "É a Família", dizem. Parece que tenho de sorrir por isso. E o certo é que sorrio, porque me sinto afortunada. Por ter o que tantos não têm e por conseguir captar as expressões que nos vincam enquanto isso, enquanto Família. Sorrio porém com medo. Medo que não me compreendam, medo de não ser eu mesma, medo de me desmoronar perante todos eles, que no fundo não me conhecem.

Medo de me expor assim e medo de não me saber expor.

(Um bom ano para todos, o espírito de retoma ainda não me alcançou... até breve)
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