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um blog de desabafos, alegrias e tristezas, revoltas e euforias, o meu espelho, com uma (agora) pitada de diletantismo.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Perto demais 

"Closer", um dos filmes com Julia Roberts que sempre chamam. Mas bem a minha Mãe disse julgar que fosse "ter mais sumo". Não sou de todo especialista em analisar o que tem qualidade para merecer um Óscar, nem mesmo sei ver bem quem representa bem ou se o argumento é simples ou complexo.

Sei que é uma história interessante, porque me interessa tudo o que me deixa a pensar e me suscita a comparação mental entre a história do grande ecrã e a minha história, sempre com a banda sonora arrepiante a tocar por fora.

Interessaram-me o enredo, os olhares trocados, as palavras ditas (as mais suaves, dada a grande coloquialidade, se assim pudermos chamar, dos diálogos proferidos) e as reflexões neles contidas que consegui apreender. Também eu vivo os enredos da minha vida, também eu vivo intensamente os olhares, também eu procuro pesar as palavras que digo, e também eu erro quando as digo da pior forma. Também reflicto e muitas vezes também deixo as lágrimas escorrerem pelo que concluo ou não consigo concluir; apenas não as fixo como naquele retrato a preto e branco.

Talvez se as fixasse, tomaria mais em conta os erros que cometo e as vezes que sofro em vão. Envolvo-me com facilidade, acredito com ingenuidade que continuará a ser fácil envolver-me sem me magoar. E no entando eu já sofri, eu só levei pontapés, eu nunca tive o "gostinho" de ser a Julia Roberts. Quando estive perto de o ser, só me assemelhei a ela na insensibilidade, na falta de cuidado para com aqueles de quem na realidade não gostei. Mas com aqueles de quem gostei... "Can't take my eyes off you".

As pessoas conhecem-se ocasionalmente. Umas criam a chamada "faísca", outros não, apaixonam-se ou não. Então todos se lembram que a faísca é efémera, tal qual um fósforo que se acende, emite a chama, se queima e finalmente se apaga. É quando surgem os problemas, as discussões, os olhos que dizem uma coisa e as cordas vocais outra... e a nova faísca, desta vez a que provoca o curto circuito e queima tudo em seu redor. Como em muitos acidentes, o culpado sai impune, o inocente sai destruído. O culpado tem pena, chora, procura ajudar, mas pode seguir a sua vida. Já o inocente leva as queimaduras no corpo e na alma que não mais o deixarão recomeçar do zero, dada a marca que o acompanha.

Seria tão mais fácil como no filme. O ciclo, geralmente (felizes os que fogem à regra!...), é igual para todos: final dramático. Mas no fim de contas a mentira desvanece-se e fugimos como um robot sem sentimentos. Recomeçamos a vida, intactos, de cabeça erguida, com ar limpo nos pulmões. Just like... "I don't love you anymore. Goodbye."
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