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um blog de desabafos, alegrias e tristezas, revoltas e euforias, o meu espelho, com uma (agora) pitada de diletantismo.

quinta-feira, maio 05, 2005

Esta coisa da Primavera 

Hoje o sol está radiante. Anunciam céu limpo, vento fraco e subida das temperaturas. Adoro esta informação, embora saiba que ela traz malefícios noutros campos.

De qualquer modo julgo que estava a precisar de um ar assim.

***

Querias enroscar-te nos lençóis, pois o frio penetrava-te até aos ossos, até à alma, até à questão do viver. Lembravas-te de como era bom sentir aquele par que te tranquilizava, e que agora te abandonara sem piedade nem respeito. Chamavas-lhe imaturidade. Então sofrias e escondias as lágrimas congeladas dentro das roupas frias. Não sorrias. E no fundo sabias a injustiça que trazias quando os tesouros (ainda mais) valiosos em teu redor simplesmente não vias.

Aos poucos soltaste essa mágoa, que se tornara raiva e em seguida apenas piedade. Finalmente ouviste os outros. É tão tipicamente teu ouvir o que eles dizem de errado e ignorar o que eles dizem de correcto. Mas agora aprendeste. Não podes subestimar-te assim, afinal de contas não és a culpada de nada. Não és culpada por ele te largar, não és culpada por ela te desiludir mais do que ninguém, não és culpada por eles quererem ajudar-te e não conseguirem... porque simplesmente és assim, e afinal é assim que todos gostam de ti. Sei que te custa ver essa imagem no espelho, mas tens de acreditar nela.

Agora é o sol que te penetra a alma. Mas já não penetra os ossos, pois esses estão firmes no chão e não consegues libertá-los de lá. Ouviste e viste esse Mundo em teu redor o suficiente para saberes hoje que não te podes elevar assim. Voavas, sorrias, encatavas-te com as histórias que por aí se ouviam e que identificavas à tua. Agora até essa gente bruta, mesquinha e egoísta te quer fazer lembrar que o Amor não existe, que é bonito demais para se acreditar nele...

Porém, já não te importas. Todo o frio das estalactites e todo o calor dos raios solares fundou-se dentro da tua alma, e sentes-te orgulhosa por conseguires gerir isso. Acreditas em viver, e assim sabes que na vida é preciso confiar. Não é porque te valorizas hoje a ti mesma primeiro do que aos outros, que vais apenas confiar em ti. A vida é a entrega, é a partilha, é a confiança.

Não oiças o que esses outros dizem, porque eles só sabem de calor, e não sabem as feridas que uma queimadura de gelo pode causar. É egoísmo da parte deles; não querem aceitar que finalmente tenhas conseguido levantar-te. Já não és nenhuma fraca.

Boa sorte para ti. |

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