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um blog de desabafos, alegrias e tristezas, revoltas e euforias, o meu espelho, com uma (agora) pitada de diletantismo.
sábado, novembro 13, 2004
CATs at Coliseu dos Recreios
Não sei bem qual é a minha opinião, mas aqui ficam algumas apreciações.
Em primeiro lugar, começo a achar que deviam proibir fazer espectáculos ou peças na altura do Inverno. Não, não entendo mesmo por que é que toda a gente insiste em tossir tanto. Eu, que estou doente, tossi uma única vez porque me engasguei; de resto, mantive-me silenciosa. Mas claro, tem de haver sempre uma em cada duas pessoas que tosse por tossir, que acha que só se ouve num raio de dois metros à sua volta, quando eu estava num camarote do segundo andar e conseguia ouvir tossidelas de cinco em cinco segundos - SEM EXAGERO - desde a primeira plateia até ao infeliz que estava mais lá em cima e mais longe sem conseguir ver nada do (minúsculo) palco. Será mesmo uma virose? É estranho, porque eu acho que soube comportar-me mesmo com aquele mau-estar-cieiro-nariz-entupido-garganta-arranhada-arrepios.
No que respeita ao espectáculo em si, a primeira parte deixa muito a desejar quando nos apercebemos que a orquestra não é visível e deixa ate dúvidas se estará efectivamente atrás do palco. O som estava modesto demais, não transmitia energia alguma - tanto que as tossidelas se ouviam ainda mais escandalosamente nos momentos de maior serenidade. O cenário manteve-se intacto: a única coisa que se alterava era a porta de um fogão que se abria de vez em quando deixando escorregar um gato...
Tanto no início como no intervalo, simplesmente não existiu pano vermelho. Estaria na lavandaria? Via-se o gato velho com a sua gigante manta, sentado nas escadas, limpando o suor na cara e retocando a maquilhagem com a ajuda de alguns técnicos, visíveis a todas as pessoas que ficavam nos bancos ou iam espairecer no bar. Incompreensível e esteticamente incomodativo.
A segunda parte foi consideravelmente menos monótona. As coreografias, a invasão dos gatos na plateia, a energia arrepiante de "Memories" e a inquietação com "Macavity is not there" conseguiram já absorver-me. O final, com a ânsia de transmitir a frase-força ao público acabou por dominá-lo, através de um coro imperioso que nos ensinava como um gato merece ser tratado. A apresentação final de cada um dos actores e suas personagens suscitou fortes aplausos e assobios de bravura, enquanto alguns mal-educados se levantavam e saíam quando ainda alguns gatos agradeciam passeando pelos corredores.
Tudo é bom quando acaba bem e, de facto, o final de CATs foi, a meu ver, uma surpresa muito agradável. Em todo o caso, e passe aos olhos de alguém presunção da minha parte, não há nada como um helicóptero em palco com Miss Saigon em exibição na Broadway... em Nova Iorque.
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Em primeiro lugar, começo a achar que deviam proibir fazer espectáculos ou peças na altura do Inverno. Não, não entendo mesmo por que é que toda a gente insiste em tossir tanto. Eu, que estou doente, tossi uma única vez porque me engasguei; de resto, mantive-me silenciosa. Mas claro, tem de haver sempre uma em cada duas pessoas que tosse por tossir, que acha que só se ouve num raio de dois metros à sua volta, quando eu estava num camarote do segundo andar e conseguia ouvir tossidelas de cinco em cinco segundos - SEM EXAGERO - desde a primeira plateia até ao infeliz que estava mais lá em cima e mais longe sem conseguir ver nada do (minúsculo) palco. Será mesmo uma virose? É estranho, porque eu acho que soube comportar-me mesmo com aquele mau-estar-cieiro-nariz-entupido-garganta-arranhada-arrepios.
No que respeita ao espectáculo em si, a primeira parte deixa muito a desejar quando nos apercebemos que a orquestra não é visível e deixa ate dúvidas se estará efectivamente atrás do palco. O som estava modesto demais, não transmitia energia alguma - tanto que as tossidelas se ouviam ainda mais escandalosamente nos momentos de maior serenidade. O cenário manteve-se intacto: a única coisa que se alterava era a porta de um fogão que se abria de vez em quando deixando escorregar um gato...
Tanto no início como no intervalo, simplesmente não existiu pano vermelho. Estaria na lavandaria? Via-se o gato velho com a sua gigante manta, sentado nas escadas, limpando o suor na cara e retocando a maquilhagem com a ajuda de alguns técnicos, visíveis a todas as pessoas que ficavam nos bancos ou iam espairecer no bar. Incompreensível e esteticamente incomodativo.
A segunda parte foi consideravelmente menos monótona. As coreografias, a invasão dos gatos na plateia, a energia arrepiante de "Memories" e a inquietação com "Macavity is not there" conseguiram já absorver-me. O final, com a ânsia de transmitir a frase-força ao público acabou por dominá-lo, através de um coro imperioso que nos ensinava como um gato merece ser tratado. A apresentação final de cada um dos actores e suas personagens suscitou fortes aplausos e assobios de bravura, enquanto alguns mal-educados se levantavam e saíam quando ainda alguns gatos agradeciam passeando pelos corredores.
Tudo é bom quando acaba bem e, de facto, o final de CATs foi, a meu ver, uma surpresa muito agradável. Em todo o caso, e passe aos olhos de alguém presunção da minha parte, não há nada como um helicóptero em palco com Miss Saigon em exibição na Broadway... em Nova Iorque.
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