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um blog de desabafos, alegrias e tristezas, revoltas e euforias, o meu espelho, com uma (agora) pitada de diletantismo.

terça-feira, junho 08, 2004

Saudações!

Tenho tido vontade de cá vir mas alguns impedimentos obstruiram as minhas possibilidades.

Hoje vinha cá mais para vos falar um pouco da minha ida ao Rock in Rio, último dia. Para aqueles que foram "ou não", aqui fica o apontamento!

Eu e a minha irmã tinhamos garantido a nós mesmas que, por uma questão de princípio, não pagaríamos 53€ por um espectáculo que não nos garante que seja 100% a favor de 'Um Mundo Melhor'. Preferimos então infiltrar-nos na 'candonga', como se percebessemos muito do meio, e fomos para a zona das bilheteiras espreitar algum eventual olhar vendedor. Porém... ninguém apareceu. Diziam: eles existiam em grande quantidade nas redondezas, mas não no último dia. Voltámos, frustradas, para casa.

Ora os Papás tanta pena tiveram do nosso estado de espírito que acabaram por insistir que fossemos... contas feitas, lá corremos, contentes! Ao contrário do que se pensava e mediatizava, a segurança não foi minimamente apertada. Deram-nos um saquinho para pôr os metais, que não cheguei a perceber para que servia...e, mais à frente, apenas apalparam a minha mala e me perguntaram com um sorriso "não tem nenhuma tesoura?", deixando-me passar logo de seguida. Incrédula, só me veio à cabeça a imagem de tanto tempo ter de esperar, nas discotecas, para que me revistem a mala...

Chegámos no final do concerto da Ivete Sangalo. Relativamente cheio (porque ainda nao tinha visto o recinto REALMENTE cheio, como pouco mais tarde), com bandeiras do Brasil por todo o lado e as meninas nas encostas, de calças a arrebitar o bum-bum e peitinho pequenininho, a sambarem para todos os queixos babados que passavam. Imagem engraçada.

Do calor brasileiro seguimos para a Tenda Raízes, onde já actuava Mariza. Tanta gente, tantos jovens! Ela própria ficou impressionada. Uma forma bem animada de ver cantar o fado mas sem por isso deixar de arrepiar em temas como "Primavera" ou "Chuva". Entretanto também deu para reparar na Joana, da Operação Triunfo 1, muito contente no meio da plateia a levantar energicamente os braços na tentativa ilusória de ser reconhecida pela fadista. Ficou a dúvida: terá ela assim tanta mania de ser famosa, agora? Foi, pelo menos, estranho.

A luz abandonava o Parque da Bela Vista e, tentando organizar o programa, fomos regressando à zona do Palco Mundo. T-shirts cor-de-rosa do Millenium BCP surgiam metro sim metro não, provocando-me inveja e ressentimento por ter recusado trabalhar por ali.

Adiante...
...e EIS que surge, a um metro de distância de mim, um rapaz, abraçado à namorada. Imediatamente belisco a minha irmã, involuntariamente com tal força que ela solta um berro decibelíssimo. Naturalmente a vergonha, o embaraço, a apoderarem-se de mim. Quando viramos costas, confirmamos: o Francisco da OT2 e a sua Joaninha! Aiii, pela segunda vez, um vexame. Que fazer? Não havia outro remédio senão seguir em frente. A fome já falava mais alto.

Tendo trocado Euros por Rocks, enfim, burocracias que nem no lazer nos largam, julguei poder disfrutar de uma gigante baguete de delícias do mar, cheia de maionese e alface e tomate e ovo e milho e tudo e tudo, tal como a fotografia do pseudo-snack-bar aludia, e sai-me a bela da sandes mista, com uma folha seca de alface duvidosamente lavada. "É só o que há", em tom peixeiro, ouvimos. Mas foi a Babinha que se encarregou de ir buscar as sandes, enquanto a pateta segurava duas garrafas de água às quais tiraram a tampa por "razões de segurança". Então, durante esse tempo, entretive-me. Resolvi meter-me com um tio que por ali andava, perguntando-lhe onde tinha arranjado a bolinha cor-de-rosa fluorescente, a dizer '3G', que tinha colada na camisola. Imediatamente o cenário inverteu-se, meteu-se ele comigo, oferecendo-me a bolinha... que acabei por perder. Ah!, e voltei a ver o Francisquinho, a comer fast food, muito querido, com a mesma t-shirt com que tinha estado num programa em directo, de MANHÃ. (Sem comentários). A Joaninha cumprimentava as amigas, com 1 beijinho para cada uma... (Sem comentários).

Não, não posso ser má. E até consegui ser observadora. Bolinhas 3G, placas da Vodafone, da Sagres, da Smirnoff, bolas gigantes com o logotipo da SIC a saltar pelo recinto... até naqueles 'coisos' radicais de onde se podia saltar, vinham marmanjos agarrados a bandeiras da Sumol e 7UP! Para não falar no insistente e cansativo Millenium BCP por todo o lado. Tratou-se, de facto, de um evento com alta percentagem de objectivo solidário. Nunca vi tanto patrocínio concentrado por m2!

Mulher prevnida vale por duas e toca a aproveitar o tempinho livre para ir às pseudos-WC. Uma tia passa por mim, muito indignada, a perguntar se "aquilo é que são as casas-de-banho". Lá vai ela, de saltos altos, aflita com os altos e baixos do recinto em terra batida...tsc tsc.

Não há tempo a perder! Conseguimos ver e ouvir o "Corazon Partio" do gorduxo Alejandro Sanz, perto do final... e começámos a furar. Faríamos o 'sacrifício' de ver Alicia Keys para garantir um bom lugar para Sir Sting... e nisto eram quase 23horas.

Mas no final das contas, não foi sacrifício nenhum. Miss Keys deu um excelente espectáculo e pôde disfrutar de um público bem avantajado que, ingénua, terá julgado seu. Tal aparência foi confirmada quando ela sai do palco pela 1ªvez e tem de ser um dos elementos da banda a pedir para gritarmos para que Alicia voltasse. Ponto alto: quando, deitada sobre o piano de cauda, toca com a mão esquerda uma melodia complicada. Ponto baixo: "I got somethin' for ya", disse, e começou a dançar algo que 'soou' a sevilhana. Fica a dúvida: terá ela pensado que estava em Espanha? Realmente só mencionou 'Lisbona'...

Acaba Alicia, as pernas já doem, e pensei com a minha irmã que aquele lugar na provável 10ª fila iria manter-se. Mas não. Há sempre um grande número de espertalhaços que não quiseram saber da Alicia para nada e furaram à grande o público sensato. Um anormal que fumava descontroladamente para cima de mim, gritando baboseiras quase espetando o cigarro na minha cara, enervou a minha irmã e acabámos por sair dali. O espaço estava cada vez mais apertado, mas lá conseguimos lugar numa zona mais central, embora um pouco mais atrás. Dava para ver Sting em imagem real, relativamente perto, e isso bastava!

Bom, quanto ao concerto... só vendo e ouvindo. Sei que olhei muitas vezes para trás e fiquei estupefacta com a quantidade de pessoas que ali estavam. Não avistei nenhum espaço vazio, nem mesmo na zona da almimentação.

As primeiras músicas não abanaram o público. Provavelmente do álbum novo, não eram conhecidas e fizeram com que muita gente, como eu, se sentasse para descansar. Episódio caricato: no meio do concerto, surge um BRONCO (que não tem outro nome) à frente da senhora simpática que estava ao meu lado, baixinha, coitada. O ANORMAL abancou ali com o seu atrelado - uma loira oxigenada com um rabo tamanho-palco-mundo-melhor, quase-tapado por uma mini-saia branca, de botas à cowboy e, enfim, pinta de badalhoca. Aquela BESTA daquele homem era uma anedota. "Isto só pode ser para os apanhados", dizia a senhora. Resultado: a senhora não conseguiu ver o Sting por causa da amostra de homem que gesticulava como um animal por todos os lados, gritando "TOU-MA PASSAR, ESTE GAIJO ÉUMIXPETÁCULO".

Mas continuando... Ora quando os êxitos ecoam, aí assim, o público vibra. Só faltou mesmo "Shape of my heart". De resto...fenomenal! Indescritível!

Sting sai, já atrasado, levando consigo grande parte do público. Mas muitos, mais do que os previsíveis, ficaram para acabar o Rock in Rio em português com Pedro Abrunhosa. Não foi a primeira vez que assisti a um espectáculo dele e voltei a admirar. Não tão arrogante quanto se tem mostrado, ainda conseguiu pôr-me aos saltos, mesmo estando há 4horas em pé... Coitado, mal acaba "Eu não sei quem te perdeu", é surpreendido por um membro da produção que lhe diz algo ao ouvido. Logo a seguir ele junta-se aos Bandemónio, agradecem e...vão-se embora. A licença para fazer aquele estardalhaço já acabara às 4h, há 10 minutos. O fogo de artifício começa logo de seguida, a pobre música do Rock in Ri-ooo toca e as pessoas abandonam o Parque. Infeliz do Abrunhosa não pôde acabar o concerto como deve ser.

Só há saída dei conta. Dj Vibe a vibrar na Tenta Electrónica e eu nem sequer lá pus os pés. Mas valeu a pena. Em 2006 há mais. |
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